A herança de séculos
O passado é uma constante na Quinta de Calhariz. Aqui a história descobre-se por todos os lugares que percorremos e em as todas as pedras que observamos. Desde os povoados pré-históricos do bronze e do ferro, à presença Fenícia e Romana, até períodos mais recentes da Idade Média, Renascentista e Barroca, sempre houve uma ocupação constante deste espaço onde hoje se situa a Quinta – sendo que se encontra na posse da mesma família deste o séc. XV.
Por forma a melhor compreender a história da Quinta de Calhariz, apresentamos uma cronologia resumida dos principais acontecimentos e da construção dos aspectos arquitectónicos mais relevantes da Quinta.
Vestígios de ocupação das Terras de Calhariz
5 000 - 3 000 a.C. (Neolítico)
Ocupação das primeiras comunidades agro-pastoris, nas Terras de Calhariz, a que corresponde o Menir do Vale da Palha.
2 000 - 800 a.C. (Idade do Bronze)
Ocupação dos Terras de Calhariz, durante Idade do Bronze com um povoado de grandes dimensões, e que corresponde ao monumento funerário da Roça do Casal do Meio.
700 a.C. - 200 a.C (Idade do Ferro)
Chegado de navegadores do Mediterrânico Oriental, com vestígios de um santuário na Lapa da Cova.
100 a.C. - 500 d.C. (Época Romana)
Exploração agrícola romana nas Terras de Calhariz, existindo vestígios de uma habitação no Vale da Palha.
Cronologia do Palácio de Calhariz
1483
D. Gil Vaz da Cunha comprou as Terras de Calhariz, aos herdeiros do mestre Joane, fidalgo da Casa do Duque de Beja, por “duas vidas”. Já existia um palácio que sofreu alterações ao longo do século XVI.
1504
A 4 de Maio o rei D. Manuel I concedeu a propriedade por “quatro vidas”, e a 14 de Julho no mesmo ano, D.ª Maria Silva (filha e herdeira de D. Gil Vaz da Cunha) instituiu o Morgado de Calhariz.
Início do século XVI
Construção da primeira Capela de Calhariz, com planta circular (onde na atualidade se encontra a exposição A Arrábida, a Quinta de Calhariz e a Casa Palmela).
1665
O arquiteto João Rodrigues Mouro, que trabalhou nas fortalezas da costa da Arrábida, a partir de 1653-54, faz o projeto do lagar do Rio do Olho, um lagar hidráulico, de três pisos.
1693
A residência da Quinta de Calhariz, que vinha do século XV, foi objecto de profunda transformação, na época de D. Francisco de Souza (1630-1711), sendo construída nessa altura a capela no palácio. As obras foram financiadas por seu irmão, D. João de Souza, e por seu sobrinho, D. Luís de Souza. O Papa Inocêncio XI concede a D. Luís de Souza a bula para a capela, esta dedicada a S. Francisco. Foi ainda construído o jardim, a norte do Palácio.
1805
D. Pedro de Souza e Holstein, encomendou a Canova a estela funerária para seu pai que está na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma.
1850
Morre em Lisboa, D. Pedro de Souza e Holstein. Na mata anexa aos jardins do Palácio de Calhariz, os seus filhos mandaram erguer um tholos, em sua homenagem, possivelmente desenhado pelo arquitecto Giuseppe Cinátti.
1857
O escritor Alexandre Herculano fixa-se na Quinta de Calhariz que arrendou a D. Domingos de Souza e Holstein, dedicando-se a produções agropecuárias, como a beterraba, o azeite, a lã, o arroz e a seda.
1957
A rainha Isabel II de Inglaterra foi recebida no Palácio de Calhariz.
1959
A Princesa Margarida de Inglaterra visitou a Quinta de Calhariz.
Século XXI
A Quinta de Calhariz desenvolve projetos no domínio da floresta, da vinha, da pecuária, da agricultura e do turismo ambiental, equestre e cultural.